quarta-feira, 24 de agosto de 2011

REINOS DE EXÚ

Existem sete reinos, sendo sua organização remanescente das organizações tribais em reinos na África Banto. Cada Reino é composto por nove povos de Exu, sendo que cada povo é comandado por um Exu Chefe.

1) Reino das Encruzilhadas
Que sendo chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pomba gira Rainha das Sete Encruzilhadas, governa todas as passagens dos Exús que ali trabalham. Sua função principal é abrir caminhos para os outros Guias chegarem e também para os filhos e fregueses.

2) Reino dos Cruzeiros
Chefiado pelo Exu Rei dos Sete Cruzeiros e Pomba gira Rainha dos Sete Cruzeiros, governa todas as passagens dos Exús que trabalham nos cruzeiros (não confundir com encruzilhada).

3) Reino das Matas
Chefiado pelo Exu Rei das Matas e Pomba gira Rainha das Matas. Governa todos os Exús que trabalham nas matas ou locais que tenham árvores a excepção do Cemitério, que pertence a outro reino.

4) Reino da calunga Pequena (Cemitério)
Governado pelo Exu Rei das Sete calungas ou calungas e Pomba gira Rainha das Sete calungas. Esses Exús também são chamados pelo nome de Rei e Rainha dos Cemitérios. Geralmente quando se diz calunga nas giras é para nomear ao cemitério. Trabalham neste reino todos os Exu que moram dentro dos cemitérios exclusivamente.

5) Reino das Almas
Chefiado por Exu Rei das Almas Omulu e Pomba gira Rainha das Almas. Eles também são conhecidos por Rei e Rainha da Lomba, porque governam todos os Exús que trabalham em locais altos. Porém, os Exús deste reino também trabalham em hospitais, morgues, etc.

6) Reino da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes Exú Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias). Seus apelidos mostram justamente sua afinidade pela dança, a música e a arte (lira e candomblé). Dentro do reino da Lira, que também às vezes é chamado "reino do candomblé" não pelo culto africanista aos orixás, senão por ser essa palavra o sinonimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exús que tem que ver com a arte, a música, poesia, boémia, artes ciganas, malandragem, etc.

7) Reino da Praia
Governado por Exu Rei da Praia e Rainha da Praia. Dentro dele encontram-se todos os Exús que trabalham nas praias, perto da agua o ainda dentro dela, podendo ser salgada ou doce.

POVOS DE EXU

Em cada reino existem 9 povos, sendo um total de 63 povos de Exu. A seguir oferecemos uma lista com os povos que pertencem a cada reino:

REINO DAS ENCRUZILHADAS.
1) Povo da Encruzilhada da Rua -Chefe Exu Tranca Ruas
2) Povo da Encruzilhada da Lira -Chefe Exu Sete Encruzilhadas
3) Povo da Encruzilhada da Lomba -Chefe Exu das Almas
4) Povo da Encruzilhada dos Trilhos -Chefe Exu Marabô
5) Povo da Encruzilhada da Mata -Chefe Exu Tiriri
6) Povo da Encruzilhada da Calunga -Chefe Exu Veludo
7) Povo da Encruzilhada da Praça - Chefe Exu Morcego
8) Povo da Encruzilhada do Espaço - Chefe Exu Sete Gargalhadas
9) Povo da Encruzilhada da Praia - Chefe Exu Mirim

REINO DOS CRUZEIROS
1) Povo do Cruzeiro da Rua -Chefe Exu Tranca Tudo
2) Povo do Cruzeiro da Praza -Chefe Exu Kirombó
3) Povo do Cruzeiro da Lira -Chefe Exu Sete Cruzeiros
4) Povo do Cruzeiro da Mata -Chefe Exu Mangueira
5) Povo do Cruzeiro da Calunga -Chefe Exu Kaminaloá
6) Povo do Cruzeiro das Almas -Chefe Exu Sete Cruzes
7) Povo do Cruzeiro do Espaço -Chefe Exu 7 Portas
8) Povo do Cruzeiro da Praia -Chefe Exu Meia-Noite
9) Povo do Cruzeiro do Mar -Chefe Exu Calunga (Calunga grande)

REINO DAS MATAS
1) Povo das Árvores -Chefe Exu Quebra Galho
2) Povo dos Parques -Chefe Exu das Sombras
3) Povo da Mata da Praia -Chefe Exu das Matas
4) Povo das Campinas -Chefe Exu das Campinas
5) Povo das Serranias -Chefe Exu da Serra Negra
6) Povo das Minas -Chefe Exu Sete Pedras
7) Povo das Cobras -Chefe Exu Sete Cobras
8) Povo das Flores -Chefe Exu do Cheiro
9) Povo da Sementeira -Chefe Exu Arranca Tôco

REINO DA CALUNGA
1) Povo das Portas da Calunga -Chefe Exu Porteira
2) Povo das Tumbas -Chefe Exu Sete Tumbas
3) Povo das Catacumbas -Chefe Exu Sete Catacumbas
4) Povo dos Fornos -Chefe Exu da Brasa
5) Povo das Caveiras -Chefe Exu Caveira
6) Povo da Mata da Calunga Chefe Exu Calunga (conhecido também como Exu dos Cemitérios)
7) Povo da Lomba da Calunga -Chefe Exu Corcunda
8) Povo das Covas -Chefe Exu Sete Covas
9) Povo das Mirongas e Trevas -Chefe Exu Capa Preta (conhecido também como Exu Mironga)

REINO DAS ALMAS
1) Povo das Almas da Lomba -Chefe Exu 7 Lombas
2) Povo das Almas do Cativeiro -Chefe Exu Pemba
3) Povo das Almas do Velório -Chefe Exu Marabá
4) Povo das Almas dos Hospitais -Chefe Exu Curadô
5) Povo das Almas da Praia -Chefe Exu Giramundo
6) Povo das Almas das Igrejas e Templos -Chefe Exu Nove Luzes
7) Povo das Almas do Mato -Chefe Exu 7 Montanhas
8) Povo das Almas da Calunga -Chefe Exu Tatá Caveira
9) Povo das Almas do Oriente -Chefe Exu 7 Poeiras

REINO DA LIRA
1) Povo dos Infernos -Chefiado por Exu dos Infernos
2) Povo dos Cabarés -Chefiado por Exu do Cabaré
3) Povo da Lira -Chefiado por Exu Sete Liras
4) Povo dos Ciganos -Chefiado por Exu Cigano
5) Povo do Oriente -Chefiado por Exu Pagão
6) Povo dos Malandros -Chefiado por Exu Zé Pelintra
7) Povo do Lixo -Chefiado por Exu Ganga
8) Povo do Luar -Chefiado por Exu Malé
9) Povo do Comércio -Chefiado por Exu Chama Dinheiro

REINO DA PRAIA.
1) Povo dos Rios -Chefiado por Exu dos Rios
2) Povo das Cachoeiras -Chefiado por Exu das Cachoeiras
3) Povo da Pedreira -Chefiado por Exu da Pedra Preta
4) Povo do Marinheiros -Chefiado por Exu Marinheiro
5) Povo do Mar -Chefiado por Exu Maré
6) Povo do Lodo -Chefiado por Exu do Lodo
7) Povo dos Baianos -Chefiado por Exu Baiano
8) Povo dos Ventos -Chefiado por Exu dos Ventos
9) Povo da Ilha -Chefiado por Exu do Côco

POMBA GIRA / BOMBO GIRA / EXU MULHER

Chamada de Pomba gira, Bombo gira, Exu mulher ou ainda Bombo gira é conhecida com entidade feminina. Esta forma de chamar para Ela é sem dúvida pela influência banta (Angola). A Entidade banta Aluvaiá Pomba gira foi então submetida à Entidade iorubana Exu, sendo colocada como sua mulher.

Diz-se que a Pomba gira representa o poder feminino feiticeiro, comparável com as Iyami Oxorongá dos Iorubá. Ela pode ter muitos maridos, que se tornam seus "escravos" ou empregados. Todas as Entidades são duplas, é dizer, cada uma delas pode se apresentar em baixo da aparência de homem ou mulher. Por seu lado, os Exu homens podem ter muitas mulheres, as quais passam a ser suas escravas ou empregadas. É muito comum usar o número 7 (sete) para dizer quantas mulheres ou homens pode ter uma Entidade, isso é assim, por ser um número cabalístico e mágico.

Cada Exu homem tem sua parte feminina ou contrapartida, que na verdade são a mesma Energia em baixo de aparências distintas, temos assim:

Exu Rei das Encruzilhadas / Pomba gira Rainha das Encruzilhadas;
Exu das Matas / Pomba giras das Matas;
Exu Giramundo / Pomba gira Giramundo;
Exu do Cravo Vermelho / Pomba gira da Rosa Vermelha;
Exu Mulambo / Pomba gira Maria Mulambo;
Exu Sete Capas / Pomba gira Sete Saias;
Exu 7 Estrelas / Pomba gira 7 Estrelas; etc.

Cada pessoa tem pelo menos um par de Exús que age e mora perto dela desde o dia do nascimento. Que um homem tenha como Guia uma Pomba gira (que incorpore nele) não quer dizer que ele vai se tornar homossexual, ou vai mudar seu gosto pelas mulheres, como muitos pensam; nada disso, ele vai seguir sendo o mesmo homem de sempre. O mesmo é para as mulheres que tiverem um Exu. Isso é para os casos onde se puxa somente uma das duas Entidades que possui cada um como mínimo, pois existem muitas casas onde são puxadas a dois (Exu homem e Pomba gira), sendo que tampouco eles vão influir na definição sexual da pessoa. O que acontece é que muitos se aproveitam para colocar as culpas em Exu. Pode acontecer também que alguma pessoa tenha duas pomba giras e dois Exús, um par de Exús que estava submetido aos espíritos evangelizados e que logo após foi liberada, e uma parelha de Exús que se apresentou.

Quando incorporada no cavalo, a pomba gira mostra-se quase sempre bonita, feminina, amável, elegante, sedutora, mais também tem vidência, é certeira e sempre tem algum conselho para aqueles que estão sofrendo por um amor. Ela gosta das bebidas suaves: vinhos doces, licores, cidra, champanhe, anis, etc. E gosta dos cigarros e cigarrilhas de boa qualidade, assim como também lhe atrai o luxo, o brilho e o destaque. Usa sempre muitos colares, anéis, brincos, pulseiras, etc. Sendo que existem milhares de pomba giras, e que cada uma tem sua própria pessoalidade, e torna-se muito difícil uma descrição geral.

Suas oferendas levam ovos, maçãs, morangos, perfumes, pentes, espelhos, flores (especialmente rosas nunca botões), bebidas, cigarros, etc.

As principais pomba giras em ordem hierárquica são as correspondentes às sete passagens da representação feminina de Exu Rei, Pomba gira Rainha, após temos 63 pomba giras chefas, sendo cada uma delas a contrapartida de algum dos Exu chefes que já apresentamos na parte onde falamos dos povos de Exu.

As funções principais de Pomba gira são as de ajudar os seus em todos os casos de amor, mas também é usada a sua força para desmanchar feitiços, para pedir protecção e curar várias doenças.

GENERALIDADES DE ALGUNS EXUS

Deixamos claro que quando falamos de alma encarnação de um determinado Exu, isso não indica que faz alusão a todos os que se apresentam com este nome, sendo que se trata de um caso específico sobre o qual estamos falando. Os Exús que chegam aos médiuns são pessoais, portanto, suas vivências e encarnações são únicas. Devem sim, ter algo em comum com a falange da qual representam e também possuir uma base sólida.
Tenho constatado que muitas narrativas baseadas em dados por algum Exu pessoal têm se estendido e se generalizado para todos os que chegam com este nome em outros médiuns, o que é um erro.

EXU REI DAS SETE ENCRUZILHADAS

Esta entidade se apresenta como um homem de idade avançada, de pele escura, barba e olhos vermelhos, cor de brasa. Traz a metade do seu corpo (o lado esquerdo) queimado, sendo que sua perna esquerda não funciona bem, por isto é muito comum que se apoie em um bastão.
Prefere beber whisky de boa qualidade e fumar charutos grossos, sua voz é rouca, grave e forte. Quando está manifestado em algum médium, gosta também de azeitonas. Seu olhar é insustentável e quando se fixa em alguém, parece que o atravessa, sabendo seus segredos mais íntimos. As pessoas que o conhecem sentem certa autoridade nele e o respeitam.

Se desmancha em passagens que envia ao mundo para que transmitam suas mensagens através de seus (médiuns), sendo que isto acontece com todas as demais Entidades. Sua vestimenta quase sempre é em tons vermelho e negro, com toques brancos e às vezes dourados (quando fora da Encruzilhada da Lira), prefere a capa e a cartola. Gosta de trabalhar com pouco público, em sessões que tenham força espiritual, onde os que nelas se encontram estejam concentrados ao máximo para dar o melhor de si. Não é importante a quantidade, e sim a qualidade e o resultado final da cerimónia.

Em sua última encarnação foi um Tatá Nganga banto, que foi trazido como escravo ao Brasil. Começou chegando como um Exu de baixo e foi levantado para "o alto" quando se fizeram os sacrifícios. Quando lhe perguntamos porque se denominava "da Lira" respondeu:

"Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, de lá venho eu..."

Tem um carácter sério, amável e tranquilo, mas também pode ser enérgico e enojar-se quando há algo que ele não gosta. Tem prazer em ensinar e doutrinar, por isto sempre está tirando dúvidas a todo aquele que lhe faça perguntas, desde as perguntas mais insólitas como "porque há estrelas..." até as mais comuns como "quero saber se meu marido me engana..."
Apesar do Exu Rei das 7 Encruzilhadas tenha sido posto em um lugar privilegiado por alguns autores (os que escreveram com muita subjectividade), ele mesmo afirma que não é o Rei absoluto, e sim que apenas é um dos principais.

É rígido e severo quanto a seguir as tradições e que os rituais se cumpram passo a passo como deve ser, mesmo que, como todo Exú está aberto a mudanças, às movimentações e inovações, sempre e quando os mesmos sejam feitos pelos próprios Exús.

EXU VELUDO.
Este Exu, vem das costas orientais da África, era swahili (negro arabizado). Usa um turbante na cabeça, e lindos tecidos de veludo trazidos de oriente, que lhe valeram o apelido, de "veludo" Dado a sua forma luxuosa de se vestir, no estilo muçulmano, muitos que viram seu tipo de apresentação através da mediunidade, o confundiram com um cigano e o associaram com os mesmos. Isto não significa que não trabalhe com os ciganos, ao contrário, tem inclusive uma passagem ou caminho que se apresenta como um. Tem muitos conhecimentos sobre feitiços que se fazem utilizando panos, tigelas, agulhas, pembas e outros ingredientes. Abre os caminhos e limpa trabalhos negativos feitos nos cemitérios. Gosta de um bom whisky e grossos charutos.

Alguns de seus caminhos são:

Exu Veludo da Meia-Noite
Exu Veludo Cigano
Exu Veludo 7 Encruzilhadas
Exu Veludo Menino Veludinho
Exu Veludo dos 7 Cruzeiros
Exu Veludo das Almas
Exu Veludo dos Infernos
Exu Veludo da Calunga
Exu Veludo da Praia
Exu Veludo do Oriente
Exu Veludo Sigatana
Exu Veludo do Lixo

EXU MEIA-NOITE

O Exu da Meia-noite que conhecemos foi um negro descendente de escravos, que vivia em Minas Gerais. Sua especialidade é a de praticar feitiços ou trabalhos que são efectuados sob a influência dos planetas, as estrelas e suas posições. E prefere, como seu nome o diz, receber oferendas e fazer trabalhos à meia-noite, mais não o que marca no relógio, e sim a mágica, aquela que se calcula dividindo as horas do dia em que há luz solar e encontrando justamente sua metade.

Gosta de beber whisky e fuma charutos. Sua vestimenta é totalmente de cor negra, com alguns tons vermelhos. Traje negro, chapéu e às vezes traz uma capa.

Alguns de seus caminhos são:
Exu Meia-Noite da Calunga
Exu Meia-Noite das Almas
Exu Meia-Noite da Praia
Exu Meia-Noite do Mar
Exu Meia-Noite do Oriente
Exu Meia-Noite das 7 Encruzilhadas
Exu Meia-Noite da Capela
Exu Meia-Noite do Cruzeiro
Exu Meia-Noite da Mata

EXU CIGANO

Este, como seu nome indica, se manifesta sob a aparência de um cigano. Quando vivia foi um cigano árabe, que veio como escravo ao Brasil junto com um contingente que provinha da África Oriental. Seu nome em vida era Hassam. Por ser o primeiro cigano que se iniciou no culto afro brasileiro que ele conheceu no cativeiro junto com os demais escravos, obteve o privilégio de ser o comandante dos demais ciganos que se iniciaram, de onde passou a ser chefe do povo cigano. Logo, quando começa a manifestar-se, como "Exu de Alto" se dá a conhecer como "Cigano L'erú" que significa: "O cigano que foi escravo", dando a entender que foi um dos que chegaram primeiro.

Sua vestimenta é composta de panos coloridos, turbante e bombacha no estilo árabe. Sendo um dos poucos ciganos (homens) que se apresentam desta maneira, já que a maioria vem com chapéu de feltro ou lenço de cabeça, calça, camisa e jaleco, pois são ciganos muito mais novos no tempo. Os outros Exús que se manifestam como ciganos, quase nunca se chamam "ciganos", por que de uma maneira geral são Almas de Ciganos que se iniciaram no culto, e chegam com a representação de algum outro Exu do Alto Comando, por exemplo: Exu Corcunda Cigano.

Alguns de seus caminhos são ramos de onde podem chegar os distintos ciganos:

Exu Cigano do Oriente -O que vem da África Oriental, Arábia e outros países asiáticos.
Exu Cigano do Circo -O que trabalha -como indica seu nome -nos circos e também em todos os lugares onde fazem espectáculos públicos.
Exu Cigano do Pandeiro -É quem vem com um pandeiro na mão, bom dançarino, tem um estilo turco.
Exu Cigano Caló -É ele que representa a os ciganos que vieram ao Brasil desde Portugal, Espanha e França.
Exu Cigano da Praça -Aquele que se dedica a buscar oportunidades nas praças, feiras e parques, fazendo negócios.
Exu Cigano Romanó -Quando se apresenta como um cigano que vem de algum dos países de Europa oriental.
Exu Cigano do Violino -Que é a passagem na qual ele sabe tocar violino, sendo um cigano rumano.
Exu Cigano da Lira – Que faz alusão aos conceitos: (a que provém de uma cidade africana chamada Lira e que fora a princípio um ponto de encontro entre várias raças para comerciar;) que é hábil compondo canções, cantado e tocando instrumentos variados.
Exu Cigano Giramundo -Que não deve se confundir com "Exu Giramundo cigano", pois Cigano Giramundo é uma passagem de Exu Cigano o que mostra sob a faceta de trota mundos, andarilho, em sua carruagem viajando de povo em povo. Sem dúvida, Giramundo cigano é a representação de Exu Giramundo através de uma passagem como cigano.
Exu Cigano do Garito -O que trabalha nas casas de jogo clandestino. Devemos ressaltar, que "garito" é uma palavra cigana.

Há, todavia, muitos sub ramos derivados das primeiras passagens e também outras passagens. Devemos deixar claro que, não há algum lugar para ciganos (homens) com nomes próprios, pois temos ouvido por aí que chegam: cigano André, cigano Ramiro, cigano Sandro, cigano Marco, etc. No Candomblé só chega Exu Cigano "de tal parte", os espíritos de ciganos homens que venham com nomes próprios, NÃO SÃO EXUS DE LEI, não devem ser admitidos nas giras, porque não pertencem à nossa religião. Os ciganos que entraram na nossa religião quando viviam, têm até o momento, somente um dos caminhos: a) Chegar representando a Exu Cigano ou Pomba gira Cigana e um grupo; b) Chegar representando qualquer Exu dos altos comandos e ter ao final a denominação: "cigano".

BREVE RESUMO DE OUTROS EXUS QUE NÃO DEIXAM DE SER IMPORTANTES:

Exu Angola -Que pertence ao povo das Almas do Cativeiro.
Exu Cobra Preta -Pertence ao povo das Cobras que trabalha dentro do Reino das Matas.
Exu Come Fogo -Ronda nas cercanias dos crematórios e pertence ao povo do forno.
Exu Coquinho dos Infernos -Que integra o grupo do Povo dos Infernos (dentro do Reino da Lira)
Exu da Estrada -Que trabalha nas rotas e estradas (povo do Cruzeiro da Rua)
Exu da Lama -Tem a incumbência onde há incêndios e faz parte do Povo do Forno.
Exu Dalva -Pertence ao Povo do Cruzeiro do Espaço. Gosta de trabalhar quando está amanhecendo e recebe as oferendas em terrenos abertos.
Exu do Ar -Trabalha sob o comando de Exu dos Ventos.
Exu Formiga -Pertence ao Povo das Campinas, mora perto dos formigueiros onde procura um de seus alimentos predilectos: as formigas.
Exu Gato -Prefere trabalhar nas encruzilhadas dos montes.
Exu Gererê -Trabalha dentro do mar, pertence ao povo dos pescadores, de fato, seu nome significa “red” em linguagem banto.
Exu Hora Grande -Outro tipo de nome que se usa para referir-se a Exu Meia-Noite.
Exu Kolobô -Que trabalha nos cemitérios e ataca condolências, pertence ao povo das Mirongas.
Exu Lalu -Trabalha nas encruzilhadas da praia sob as ordens de Exu Mirim.
Exu Limpa Trilhos -Trabalha nas vias de trem abrindo os caminhos, pertence ao povo da Encruzilhada de Trilhos e seu chefe directo é o Exu Marabô.
Exu Mangue -Vive nos mangues.
Exu do Pantanal -pertence ao povo do Lodo.
Exu Pinga Fogo -Que pertence ao povo dos Fornos ou do Fogo (povo do fogo material)
Exu Relâmpago -Trabalha no povo da Encruzilhada do Espaço (pontos cardinais), sob as ordens de Seu Sete Gargalhadas.
Exu Sete Horas -Que pertence ao povo do Cruzeiro do Espaço.
Exu Tira Tôco -Trabalha nos montes de Eucaliptos a beiradas do mar. Pertence ao povo da mata da praia.
Exu Tranca Gira -Trabalha nos cruzeiros sob as ordens de Exu Tranca Tudo.
Pomba gira da Terra -Trabalha nos cemitérios.
Pomba gira Rosaria -Trabalha nos mercados e feiras.
Pomba gira Sete Folhas -Pertence ao povo das árvores e trabalha na entrada dos montes.

OFEREÇO TAMBÉM A SEGUINTE LISTA:

Exu Aleba
Exu Apavenã
Exu Banzé
Exu Bará
Exu Bauru
Exu Boca de Fogo
Exu Caçamba
Exu Candô
Exu Casamenteiro
Exu Chico Preto
Exu da Figueira
Exu da Guiné
Exu da Laranjeira
Exu da Limeira
Exu do Congo
Exu do Mar
Exu Espeto
Exu Folha Seca
Exu Gibóia
Exu João Caveira
Exu João da Baia
Exu João das Almas
Exu João Calunga
Exu João Mandinga
Exu João Mironga
Exu João Pepeu
Exu Laborê
Exu Loá
Exu Lofe
Exu Lonã
Exu Madeiro
Exu Maiô
Exu Mareiro
Exu Maromba
Exu Marujo
Exu Matança
Exu Miloá
Exu Mirô
Exu Olho Grande
Exu Panteira
Exu Pedra roxa
Exu Pena de Coruja
Exu Pena de Urubu
Exu Pena Preta
Exu Pimenta
Exu Rebolo
Exu Serapião
Exu Sete Baforadas
Exu Sete Dias
Exu Sete Facas
Exu Sete Montes
Exu Sete Pregos
Exu Tata Ndaí
Exu Tatalá
Exu Tatu
Exu Tibiri
Exu Tira Teima
Exu Toquinho
Exu Treme Terra
Exu Três Encruzilhadas da Perdição
Exu Três Penas
Exu Tronco
Exu Tronqueira
Exu Trovoada
Exu Tuniquinho
Pomba gira Akiesan
Pomba gira Aruá
Pomba gira Carangola
Pomba gira da Lomba
Pomba gira das Cachoeiras
Pomba gira das Cobras
Pomba gira das Flores
Pomba gira de Belém
Pomba gira de Maceió
Pomba gira de Máfia (da Ilha de Máfia na África)
Pomba gira de Pemba (da Ilha de Pemba na África)
Pomba gira Detê
Pomba gira do Bananal
Pomba gira do Jardim
Pomba gira do Luar
Pomba gira do Oriente
Pomba gira do Rio
Pomba gira do Sol e da Lua
Pomba gira Ganzá
Pomba gira Kirombô
Pomba gira Maleva
Pomba gira Maria Alagoana (de Alagoas)
Pomba gira Maria Baiana (da Baia)
Pomba gira Maria Colodina
Pomba gira Maria da Praia
Pomba gira Maria das Almas
Pomba gira Maria de Minas (de Minas)
Pomba gira Maria Farrapos
Pomba gira Maria Lixeira
Pomba gira Maria Mulambo
Pomba gira Maria Navalha
Pomba gira Maria Quitéria
Pomba gira Maria Rosa
Pomba gira Maria Túnica
Pomba gira Moça Bonita
Pomba gira Mundana
Pomba gira Rosa Amarela
Pomba gira Rosa Caveira
Pomba gira Rosa Preta
Pomba gira Rosa Roxa
Pomba gira Rosinha
Pomba gira Sete Chocalhos
Pomba gira Sete Cores
Pomba gira Sete Estrelas
Pomba gira Sete Maridos
Pomba gira Sete Ondas
Pomba gira Sete Saias

Sobre os Caboclos








Assim como os Preto-velhos, possuem grande elevação espiritual, e trabalham "incorporados" a seus médiuns na Umbanda, dando passes e consultas, em busca de sua elevação espiritual.
São subordinados aos Orixás, o que lhes concede uma força mestra na sua personalidade e forma de trabalho, igual aos Preto-velhos.
Quando falamos na personalidade de um caboclo ou de qualquer outro guia, estamos nos referindo a sua forma de trabalho. Podem usar durante as giras, penachos e fumam charutos. Falam de forma rústica lembrando sua forma primitiva de ser, dessa forma mostram através de suas danças muita beleza, própria dessa linha.
Seus "brados", que fazem parte de uma linguagem comum entre eles, representamquase uma "senha" entre eles. Cumprimentos e despedidas são feitas usando esses sons.
Esses guias por conhecerem bem a terra, acreditam muito no valor terapêutico das ervas e de tudo que vem da terra, por isso as usam mais que qualquer outro guia. Desenvolveram com isso um conhecimento químico muito grande para fazer remédios naturais.
Como são espíritos da mata propriamente dita, todos recebem forte influência de Oxossi, no sentido apenas do conhecimento químico das ervas, independente do Orixá que esteja subordinado.
São espíritos que também trabalham muito com passe. Acreditamos ser pela facilidade de locomoção, já que normalmente trabalham em pé. São também bastante necessários na hora de um descarrego, pois conseguem acoplar no médium em qualquer posição.
Formas incorporativas e especialidade de caboclos:

CABOCLOS DE OXUM

Geralmente são suaves e costumam rodar, a incorporação acontece primeiro ou quase
simultâneo no coração (interno).
Trabalham mais para ajuda de doenças psíquicas, como: depressão, desanimo entre
outras. Dão bastante passe tanto de dispersão quanto de energização.
Aconselham muito, tendem a dar consultas que façam pensar; Seus passes quase
sempre são de alívio emocional.

CABOCLOS DE OGUM

Sua incorporação é mais rápida e mais compactada ao chão, não rodam. Consultas
diretas, geralmente gostam de trabalhos de ajuda profissional. Seus passes são na
maioria das vezes para doar força física, para dar ânimo.

CABOCLOS DE YEMANJÁ

Incorporam de forma suave, porém mais rápidos do que os de Oxum, rodam muito,
chegando a deixar o médium tonto.
Trabalham geralmente para desmanchar trabalhos, com passes, limpeza espiritual,
conduzindo essa energia para o mar.

CABOCLOS DE XANGÔ

São guias de incorporações rápidas e contidas, geralmente arriando o médium no
chão.
Trabalham para : emprego; causas na justiça; imóvel e realização profissional.
Dão também muito passe de dispersão. São diretos para falar.

CABOCLOS DE NANÃ

Assim como os Preto-velhos são mais raros, mas geralmente trabalham aconselhando,
mostrando o carma e como ter resignação.
Dão passes onde levam eguns que estão próximos.
Sua incorporação igualmente é contida, pouco dançam.

CABOCLOS DE INHASÃ

São rápidos e deslocam muito o médium.
São diretos para falar e rápidos também, muitas das vezes pegam a pessoa de
surpresa.
Geralmente trabalham para empregos e assuntos de prosperidade, pois Inhasã tem
grande ligação com Xangô. No entanto sua maior função é o passe de dispersão
(descarrego).
Podem ainda trabalhar para várias finalidades, dependendo da necessidade.

CABOCLOS DE OXALÁ

Quase não trabalham dando consultas, geralmente dão passe de energização.
São "compactados" para incorporar e se mantém localizado em um ponto do terreiro
sem deslocar-se muito.

CABOCLOS DE OXÓSSI

São os que mais se locomovem, são rápidos e dançam muito.
Trabalham com banhos e defumadores, não possuem trabalhos definidos, podem
trabalhar para diversas finalidades.
Esses caboclos geralmente são chefes de linha.

CABOCLOS DE OBALUAÊ

São raros, pois são espíritos dos antigos "bruxos" das tribos indígenas. São perigosos,
por isso só filhos de Omulú de primeira coroa possuem esses caboclos.
Sua incorporação parece um Preto-velho, locomovem-se apoiados em cajados.
Movimentam-se pouco.
Fazem trabalhos de magia, para vários fins.

Calendário Umbandista

Janeiro - 15 – Oxalá
Janeiro - 20 – Oxóssi
Fevereiro - 02 – Yemanjá
Março - 20 – Oxaguiã
Abril - 19 – Logun-edé
Abril - 23 – Ogum
Maio - 13 – Almas – Pretos Velhos
Maio - 30 – Obá                
Junho - 13 – Povo de Rua – Exus e Pombagiras
Junho - 24 – Xangô
Julho - 26 – Nana Burukê
Agosto –05 - Ewá
Agosto - 16 – Obaluayê
Agosto - 24 – Oxumarê
Setembro -  27 – Dia das Crianças - Erês
Outubro - 05 – Ossaim
Novembro - 02 – Omolú
Novembro -  15 – Dia da Umbanda - Caboclos
Dezembro - 04 – Yansã
Dezembro - 08 – Oxum
Dezembro - 25 – Oxalufã

Os 7 Reinos de Exú e Seus Povos









Os Exús estão divididos em sete reinos, sendo sua organização remanescente das organizações tribais em reinos na África Banto. Cada Reino é composto por nove povos de Exu, sendo que cada povo é comandado por um Exu-Chefe/Pombagira Chefe. Em cada reino existem 9 povos, sendo um total de 63 povos de Exú.

Reino das Encruzilhadas
Chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas, governa todas as passagens dos Exus que ali trabalham. Sua função principal é abrir os caminhos para os outros Guias chegarem e também para os filhos e fregueses. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo da Encruzilhada da Rua - Chefe Exu Tranca-Ruas
  • Povo da Encruzilhada da Lira - Chefe Exu Sete Encruzilhadas
  • Povo da Encruzilhada da Lomba - Chefe Exu das Almas
  • Povo da Encruzilhada dos Trilhos- Chefe Exu Marabô
  • Povo da Encruzilhada da Mata - Chefe Exu Tiriri
  • Povo da Encruzilhada da Kalunga - Chefe Exu Veludo
  • Povo da Encruzilhada da Praça - Chefe Exu Morcego
  • Povo da Encruzilhada do Espaço - Chefe Exu Sete Gargalhadas
  • Povo da Encruzilhada da Praia - Chefe Exu Mirim
Reino dos Cruzeiros
Chefiado pelo Ex~u Rei dos Sete Cruzeiros e Pombagira Rainha dos Sete Cruzeiros, governa todas as passagens dos Exus que trabalham nos cruzeiros (não confundir com encruzilhada). Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo do Cruzeiro da Rua - Chefe Exu Tranca Tudo
  • Povo do Cruzeiro da Praza - Chefe Exu Kirombó
  • Povo do Cruzeiro da Lira - Chefe Exu Sete Cruzeiros
  • Povo do Cruzeiro da Mata - Chefe Exu Mangueira
  • Povo do Cruzeiro da Kalunga - Chefe Exu Kaminaloá
  • Povo do Cruzeiro das Almas - Chefe Exu Sete Cruzes
  • Povo do Cruzeiro do Espaço - Chefe Exu 7 Portas
  • Povo do Cruzeiro da Praia - Chefe Exu Meia Noite
  • Povo do Cruzeiro do Mar - Chefe Exu Kalunga (Kalunga grande)
Reino das Matas
Chefiado pelo Exú Rei das Matas e Pombagira Rainha das Matas. Governa todos os Exús que trabalham nas matas ou locais que tenham árvores a exceção do Cemitério, que pertence a outro reino. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Árvores - Chefe Exu Quebra Galho
  • Povo dos Parques - Chefe Exu das Sombras
  • Povo da Mata da Praia - Chefe Exu das Matas
  • Povo das Campinas - Chefe Exu das Campinas
  • Povo das Serranias - Chefe Exu da Serra Negra
  • Povo das Minas - Chefe Exu Sete Pedras
  • Povo das Cobras - Chefe Exu Sete Cobras
  • Povo das Flores - Chefe Exu do Cheiro
  • Povo da Sementeira - Chefe Exu Arranca Tôco
Reino da Calunga Pequena (Cemitério)
Governado pelo Exú Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas. Esses Exus também são chamados pelo nome de Rei e Rainha dos Cemitérios. Geralmente quando se diz "calunga" nas giras de umbanda é para nomear o cemitério. Trabalham neste reino todos os Exu que moram dentro dos cemitérios exclusivamente. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Portas da Kalunga.- Chefe Exu Porteira
  • Povo das Tumbas.- Chefe Exu Sete Tumbas
  • Povo das Catacumbas.- Chefe Exu Sete Catacumbas
  • Povo dos Fornos.- Chefe Exu da Brasa
  • Povo das Caveiras.- Chefe Exu Caveira
  • Povo da Mata da Kalunga.- Chefe Exu Kalunga (conhecido também como Exu dos Cemitérios)
  • Povo da Lomba da Kalunga.- Chefe Exu Corcunda
  • Povo das Covas - Chefe Exu Sete Covas
  • Povo das Mirongas e Trevas - Chefe Exu Capa Preta (conhecido também como Exu Mironga)
Reino das Almas
Chefiado por Exú Rei das Almas Omulú e Pombagira Rainha das Almas. Eles também são conhecidos por Rei e Rainha da Lomba, porque governam todos os Exús que trabalham em locais altos. Porém, os Exús deste reino também trabalham em hospitais, igrejas, etc. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Almas da Lomba - Chefe Exu 7 Lombas
  • Povo das Almas do Cativeiro- Chefe Exu Pemba
  • Povo das Almas do Velório- Chefe Exu Marabá
  • Povo das Almas dos Hospitais - Chefe Exu Curadô
  • Povo das Almas da Praia - Chefe Exu Giramundo
  • Povo das Almas das Igrejas e Templos - Chefe Exu Nove Luzes
  • Povo das Almas do Mato - Chefe Exu 7 Montanhas
  • Povo das Almas da Kalunga - Chefe Exu Tatá Caveira
  • Povo das Almas do Oriente - Chefe Exu 7 Poeiras
Reino da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Pombagira Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias). Seus apelidos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pela dança, a música e a arte. Dentro do reino da Lira, que também às vezes é chamado "reino do candomblé" não pelo culto africanista aos orixás, senão por ser essa palavra, o sinônimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exus que tem que ver com a arte, a música, poesia, boemia, artes ciganas, malandragem, etc. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo dos Infernos - Chefiado por Exu dos Infernos
  • Povo dos Cabarés - Chefiado por Exu do Cabaré
  • Povo da Lira - Chefiado por Exu Sete Liras
  • Povo dos Ciganos - Chefiado por Exu Cigano
  • Povo do Oriente - Chefiado por Exu Pagão
  • Povo dos Malandros - Chefiado por Exu Zé Pelintra
  • Povo do Lixo - Chefiado por Exu Ganga
  • Povo do Luar - Chefiado por Exu Malé
  • Povo do Comércio - Chefiado por Exu Chama Dinheiro
Reino da Praia
Governado por Exu Rei da Praia e Rainha da Praia. Dentro dele encontram-se todos os Exus que trabalham nas praias, perto d'água o ainda dentro dela, podendo ser salgada ou doce. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo dos Rios - Chefiado por Exu dos Rios
  • Povo das Cachoeiras - Chefiado por Exu das Cachoeiras
  • Povo da Pedreira - Chefiado por Exu da Pedra Preta
  • Povo do Marinheiros - Chefiado por Exu Marinheiro
  • Povo do Mar - Chefiado por Exu Maré
  • Povo do Lodo - Chefiado por Exu do Lodo
  • Povo dos Baianos - Chefiado por Exu Baiano
  • Povo dos Ventos - Chefiado por Exu dos Ventos
  • Povo da Ilha.- Chefiado por Exu do Côco
Os Exús estão divididos em sete reinos, sendo sua organização remanescente das organizações tribais em reinos na África Banto. Cada Reino é composto por nove povos de Exu, sendo que cada povo é comandado por um Exu-Chefe/Pombagira Chefe. Em cada reino existem 9 povos, sendo um total de 63 povos de Exú.

Reino das Encruzilhadas
Chefiado por Exu Rei das Sete Encruzilhadas e Pombagira Rainha das Sete Encruzilhadas, governa todas as passagens dos Exus que ali trabalham. Sua função principal é abrir os caminhos para os outros Guias chegarem e também para os filhos e fregueses. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo da Encruzilhada da Rua - Chefe Exu Tranca-Ruas
  • Povo da Encruzilhada da Lira - Chefe Exu Sete Encruzilhadas
  • Povo da Encruzilhada da Lomba - Chefe Exu das Almas
  • Povo da Encruzilhada dos Trilhos- Chefe Exu Marabô
  • Povo da Encruzilhada da Mata - Chefe Exu Tiriri
  • Povo da Encruzilhada da Kalunga - Chefe Exu Veludo
  • Povo da Encruzilhada da Praça - Chefe Exu Morcego
  • Povo da Encruzilhada do Espaço - Chefe Exu Sete Gargalhadas
  • Povo da Encruzilhada da Praia - Chefe Exu Mirim
Reino dos Cruzeiros
Chefiado pelo Ex~u Rei dos Sete Cruzeiros e Pombagira Rainha dos Sete Cruzeiros, governa todas as passagens dos Exus que trabalham nos cruzeiros (não confundir com encruzilhada). Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo do Cruzeiro da Rua - Chefe Exu Tranca Tudo
  • Povo do Cruzeiro da Praza - Chefe Exu Kirombó
  • Povo do Cruzeiro da Lira - Chefe Exu Sete Cruzeiros
  • Povo do Cruzeiro da Mata - Chefe Exu Mangueira
  • Povo do Cruzeiro da Kalunga - Chefe Exu Kaminaloá
  • Povo do Cruzeiro das Almas - Chefe Exu Sete Cruzes
  • Povo do Cruzeiro do Espaço - Chefe Exu 7 Portas
  • Povo do Cruzeiro da Praia - Chefe Exu Meia Noite
  • Povo do Cruzeiro do Mar - Chefe Exu Kalunga (Kalunga grande)
Reino das Matas
Chefiado pelo Exú Rei das Matas e Pombagira Rainha das Matas. Governa todos os Exús que trabalham nas matas ou locais que tenham árvores a exceção do Cemitério, que pertence a outro reino. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Árvores - Chefe Exu Quebra Galho
  • Povo dos Parques - Chefe Exu das Sombras
  • Povo da Mata da Praia - Chefe Exu das Matas
  • Povo das Campinas - Chefe Exu das Campinas
  • Povo das Serranias - Chefe Exu da Serra Negra
  • Povo das Minas - Chefe Exu Sete Pedras
  • Povo das Cobras - Chefe Exu Sete Cobras
  • Povo das Flores - Chefe Exu do Cheiro
  • Povo da Sementeira - Chefe Exu Arranca Tôco
Reino da Calunga Pequena (Cemitério)
Governado pelo Exú Rei das Sete Calungas e Pombagira Rainha das Sete Calungas. Esses Exus também são chamados pelo nome de Rei e Rainha dos Cemitérios. Geralmente quando se diz "calunga" nas giras de umbanda é para nomear o cemitério. Trabalham neste reino todos os Exu que moram dentro dos cemitérios exclusivamente. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Portas da Kalunga.- Chefe Exu Porteira
  • Povo das Tumbas.- Chefe Exu Sete Tumbas
  • Povo das Catacumbas.- Chefe Exu Sete Catacumbas
  • Povo dos Fornos.- Chefe Exu da Brasa
  • Povo das Caveiras.- Chefe Exu Caveira
  • Povo da Mata da Kalunga.- Chefe Exu Kalunga (conhecido também como Exu dos Cemitérios)
  • Povo da Lomba da Kalunga.- Chefe Exu Corcunda
  • Povo das Covas - Chefe Exu Sete Covas
  • Povo das Mirongas e Trevas - Chefe Exu Capa Preta (conhecido também como Exu Mironga)
Reino das Almas
Chefiado por Exú Rei das Almas Omulú e Pombagira Rainha das Almas. Eles também são conhecidos por Rei e Rainha da Lomba, porque governam todos os Exús que trabalham em locais altos. Porém, os Exús deste reino também trabalham em hospitais, igrejas, etc. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo das Almas da Lomba - Chefe Exu 7 Lombas
  • Povo das Almas do Cativeiro- Chefe Exu Pemba
  • Povo das Almas do Velório- Chefe Exu Marabá
  • Povo das Almas dos Hospitais - Chefe Exu Curadô
  • Povo das Almas da Praia - Chefe Exu Giramundo
  • Povo das Almas das Igrejas e Templos - Chefe Exu Nove Luzes
  • Povo das Almas do Mato - Chefe Exu 7 Montanhas
  • Povo das Almas da Kalunga - Chefe Exu Tatá Caveira
  • Povo das Almas do Oriente - Chefe Exu 7 Poeiras
Reino da Lira
Os chefes deste reino são muito mais conhecidos por seus nomes sincréticos: Exu Lúcifer e Pombagira Maria Padilha, sendo na verdade seus nomes kimbandeiros Exu Rei das Sete Liras e Rainha do Candomblé (ou Rainha das Marias). Seus apelidos kimbandeiros mostram justamente sua afinidade pela dança, a música e a arte. Dentro do reino da Lira, que também às vezes é chamado "reino do candomblé" não pelo culto africanista aos orixás, senão por ser essa palavra, o sinônimo de dança e música ritual. Trabalham aqui todos os Exus que tem que ver com a arte, a música, poesia, boemia, artes ciganas, malandragem, etc. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo dos Infernos - Chefiado por Exu dos Infernos
  • Povo dos Cabarés - Chefiado por Exu do Cabaré
  • Povo da Lira - Chefiado por Exu Sete Liras
  • Povo dos Ciganos - Chefiado por Exu Cigano
  • Povo do Oriente - Chefiado por Exu Pagão
  • Povo dos Malandros - Chefiado por Exu Zé Pelintra
  • Povo do Lixo - Chefiado por Exu Ganga
  • Povo do Luar - Chefiado por Exu Malé
  • Povo do Comércio - Chefiado por Exu Chama Dinheiro
Reino da Praia
Governado por Exu Rei da Praia e Rainha da Praia. Dentro dele encontram-se todos os Exus que trabalham nas praias, perto d'água o ainda dentro dela, podendo ser salgada ou doce. Os seguintes povos pertencem a este reino:
  • Povo dos Rios - Chefiado por Exu dos Rios
  • Povo das Cachoeiras - Chefiado por Exu das Cachoeiras
  • Povo da Pedreira - Chefiado por Exu da Pedra Preta
  • Povo do Marinheiros - Chefiado por Exu Marinheiro
  • Povo do Mar - Chefiado por Exu Maré
  • Povo do Lodo - Chefiado por Exu do Lodo
  • Povo dos Baianos - Chefiado por Exu Baiano
  • Povo dos Ventos - Chefiado por Exu dos Ventos
  • Povo da Ilha.- Chefiado por Exu do Côco

EXU REI DAS SETE ENCRUZILHADAS


Esta entidade se apresenta como um homem de idade avançada, de pele escura, barba e olhos vermelhos, cor de brasa.
Traz a metade do seu corpo (o lado esquerdo) queimado, sendo que sua perna esquerda não funciona bem, por isto é muito comum que se apóie em um bastão.
Prefere beber whisky de boa qualidade e fumar charutos grossos, sua voz é rouca, grave e forte.
Quando está manifestado em algum médium, gosta também de farofa.
Seu olhar é insustentável e quando se fixa em alguém, parece que o atravessa, sabendo seus segredos mais íntimos.
As pessoas que o conhecem sentem certa autoridade nele e o respeitam.
Se desmancha em passagens que envia ao mundo para que transmitam suas mensagens através de seus cavalos (médiuns), sendo que isto acontece com todas as demais Entidades de Kimbanda.
Sua vestimenta quase sempre é em tons vermelho e negro, com toques brancos e às vezes dourados (quando fora da Encruzilhada da Lira), prefere a capa e a cartola.
Gosta de trabalhar com pouco público, em sessões que tenham força espiritual, onde os que nelas se encontram estejam concentrados ao máximo para dar o melhor de si.
Não é importante a quantidade, e sim a qualidade e o resultado final da cerimônia.
Em sua última encarnação foi um Tatá Nganga banto, que foi trazido como escravo ao Brasil.
Começou chegando na Umbanda, como um "exu de baixo" e foi levantado para "o alto" quando se fizeram os sacrifícios correspondentes na Kimbanda.
Quando lhe perguntamos porque se denominava "da Lira" respondeu:
"Lira é uma cidade africana, que fica nas fronteiras orientais do Reino Baganda, de lá venho eu..."
Tem um caráter sério, amável e tranquilo, mas também pode ser enérgico e enojar-se quando há algo que ele não gosta.
Tem prazer em ensinar e doutrinar, por isto sempre está tirando dúvidas a todo aquele que lhe faça perguntas, desde as perguntas mais insólitas como:
"porque há estrelas..." até as mais comuns como "quero saber se meu marido me engana..."
Apesar do Exu Rei das 7 Encruzilhadas tenha sido posto em um lugar privilegiado por alguns autores (os que escreveram com muita subjetividade), ele mesmo afirma que não é o Rei absoluto da kimbanda e sim que apenas é um dos principais.
É rígido e severo quanto a seguir as tradições e que os rituais se cumpram passo a passo como deve ser, mesmo que como todo "exu" está aberto a mudanças, às movimentações e inovações, sempre e quando os mesmos sejam feitos pelos próprios Exus.

Exú GOGO


Exú GOGO

• Este caminho de Exu *Divino Executor*. É conhecido também como o Exu responsável pela recompensa divina a todos os atos dos seres humanos (e também dos seres espirituais). Exu Gogó conhece todas as nossas reencarnações estende sua ação através destes diversos ciclos encarnatórios. Aquilo que costumamos chamar lei do retomo é exatamente a função do exú Gogó fazer este retorno acontecer: O bem recompensado com o bem; o mal recompensado com o mal. Dentro destas atribuições de cobrança espiritual e material encontra-se sempre a chance de todos se arrependerem, pagarem por seus erros e tomarem um outro ritmo de vida. Quando isto não acontece numa vida, poderá ser resgatado numa próxima encarnação.

Oriki:
EXÚ GOG Ó O, ORI MI MA JE NKO O. EX Ú GOGO O, OR Í MA JE NKO O. EB LOWO RE GOGO? O OKAN LOWO EX Ú GOG Ó BABA AWO. AXÉ.
Tradução:
Divino Mensageiro do Pleno Pagamento guie minha cabeça para o pleno caminho. Divino Mensageiro do Pleno Pagamento guie minha cabeça para o reto caminho. Quanto tu estas pedindo para o Divino Mensageiro do Pleno Pagamento? O Divino Mensageiro do Pleno Pagamento, o Pai do Mistério, está pedindo por um centavo. Que assim seja.

Qualidades do Orixá Esu

Qualidades do Orixá Esu

Exu Oro
Exu Oro é o responsável pela transmissão do poder através da fala. Ele é quem dá para os sacerdotes e sacerdotisas o poder de acionar as forças espirituais através das evocações sagradas: preces , encantações , cânticos . Existem algumas palavras de grande axé usadas nos rituais sagrados que muitas vezes não se conhece a tradução. Elas funcionam como códigos para abrir certos portais do mundo Invisível (ORUN), acionando o poder para transformar nossas vidas. Somente Exu Oro conhece estes segredos, e somente ele pode dar a autorização necessária para entrarmos nestes mistérios.

Oriki : Exu Oro ma ni ko. Exu Oro ma ja ko. Exu Oro Tohun tire site. Exu Oro Ohun Otohun ni ima wa kiri. Axé
Tradução; O Divino Mensageiro do Poder da Palavra causa confronto. Divino Mensageiro do Poder da Palavra não me cause confronto. O Divino Mensageiro do Poder da Palavra tem a voz do poder. O Divino Mensageiro do Poder da Palavra tem uma voz que ressoa por todo o Universo.
Que assim seja (axé).

Exu Opin
É o Exu que deve ser evocado sempre que queremos estabelecer um local como sagrado. É ele quem faz a demarcação dos limites que separam o espaço sacralizado do espaço comum. Fazem-se uma construção qualquer e nela queremos instalar os nossos assentamentos de Orixás, além de evocar o exu do nosso caminho pessoal será necessário pedir a Exu Opin que aceite uma oferenda para consagrar o lugar. A partir daquele local deve passar a ser usado exclusivamente para fins religiosos, e deve haver uma separação bem nítida entre este espaço e o espaço livre para a circulação.

No caso de se colocar, por exemplo, um assentamento dentro de casa, é aconselhável colocá-lo sobre uma esteira e, se possível cercar em volta com uma outra esteira. Sempre pedindo a exu Opin para sacratizar o ambiente, não importa a localização ou tamanho. Isto é válido, também, para os ambientes ritualísticos estabelecidos ao ar livre.

EXU

Exú WARA
Ele é o exú que controla os relacionamentos Interpessoais. Ou seja: amizade, sociedade de negados, casamento, companheirismo de trabalho, vinculo familiar, fraternidade religiosa... Enfim, todos os tipos de relacionamentos só possuem um estado de plena compreensão, harmonia e verdadeira colaboração quando aprovados por EXÚ WARA.
Sempre que se planeja estabelecer um novo vinculo é aconselhável consular Exú Wara e, de preferência, fazer-lhe uma oferenda de apaziguamento, para que tudo possa ocorrer sempre na mais perfeita ordem, sem possibilidades de atrito, confusão, mal-entendidos, etc...

Oriki de Exu WARA:
EXÚ WARA NA WA O. EXÚ WARA O. EXÚ WARA NA WA KO MI O, EXÚ WARA O. BA MI WA IYAWO O, EXÚ WARA O. MA JE ORI MI O BAJE O, EX Ú WARA O. ME JE ILE MI O DARU. EXÚ WARA O, AXÉ.
Tradução: Divino Mensageiro dos Relacionamentos Pessoais traga a boa fortuna. Divino Mensageiro dos relacionamentos pessoais. Divino Mensageiro dos Relacionamentos Pessoais.

AS QUALIDADES MAIS CONHECIDAS SÃO:

Exú Elegbára = senhor do poder
Exú Yangi = pedra vermelha de laterita, primeira plataforma existente – água + terra
Exú Àgbá = pai-ancestral (representação coletiva de todos os exus individuais)
Exú Obá = rei-de-todos
Exú Alakétu = título dado a exú pelos kétu da Bahia - rei do povo Kétu
Exú Elebo = senhor-das-oferendas
Exú Ojìse-ebo = encarregado e transportador de oferendas
Exú Elérú = senhor do erú (carrego)
Exú Olòbe = proprietário e senhor da faca
Exú Enú-gbárijo = explicita dor de mensagens
Exú Bara = o rei do corpo (obá + ara) (princípio de vida individual)
Exú Odara = aquele que guia (mostra o caminho, vai na frente)

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Exús e Pombas Giras


Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras seriam  as “margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar... O trabalho da Pomba Gira é sério.  É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
       
A saudação aos Exus: A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve, que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”. Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”.  Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
      

Bebidas: Gostam muito de  bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando  o conteúdo astral da bebida.

Comidas: Os Exús e Pomba Gira gostam de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona, e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam muito se suas oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas.

Alguns Nomes de Pomba Gira: Pomba Gira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha, Mulambo, Cigana, Ciganinha, da Calunga, Maria Bonita, Rosa Maria, Maria Rosa, Maria Rita, Rosa vermelha, Rosa do cruzeiro, Sete Véus, Sete cravos, da Encruza..

Alguns Nomes de Exú: Sete Encruzilhadas, Veludo, Caveira, Tranca Ruas, Caveirinha, Exú Campina, Exú do Cruzeiro, Calunga, do Lodo, Lalu, da Madrugada, da Meia Noite, Mangueira, Mulambo, Mulambinho, Malandro, Malandrinho, Gira Mundo, Tiriri, Marabô, Sete Capas, Cadeado, dos Rios, da Cachoeira, dos Ventos, da Praia, Quebra Galho, Sete Covas, Sete Catacumbas, Sete Luas, Sete Sombras, Três Punhais, Três Cruzes, Sete Chaves, Tranca Tudo, Tira Teima, Zé Pilintra e muitos outros.

Hierarquia dos Exús: Os Exús e Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa. No caso da Casa Branca é o Exú das Sete encruzilhadas.

Exú Tronqueira: Não confundir o trabalho do  Exú guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA. O Exú Tronqueira  é aquele que guarda o Terreiro e passa por uma triagem às pessoas que entram no Terreiro. Por isso a sua casa  é colocada junto à porta de entrada e é a primeira a ser saudada. Todos devemos ter o máximo de respeito do Exú Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.
        
        O quadro abaixo traz a vinculação dos Exús às Linhas e o significado do seu nome. 

 OS EXÚS, SEUS NOMES E SEUS SIGNIFICADOS OU REPRESENTAÇÃO
SETE LINHAS EXÚ GUARDIÃO SIGNIFICADO DO NOME
OXALÁ SETE ENCRUZILHADAS
Representa os diversos caminhos abertos em nossas vidas; representa ainda o livre-arbítrio professado na religião de Umbanda e conseqüentemente nossa liberdade na escolha de nosso próprio caminho.
IEMANJÁ E NANÃ MARABÔ
MA: Verdadeiramente  
RA: envolver  
ABÔ: proteção  
Aquele que envolveu perfeitamente com sua proteção ou Salve aquele cuja força protege
OMOLU CAVEIRA
Representa nossa mais profunda transformação, aquela onde nossa parte material já se encontra em profunda degradação e, no entanto, nossa alma permanece em evolução.
OXOSSI E OSSÃE SETE CAPAS Representa o momento de transição final; é o Exú da hora da passagem; responsável pelo corte do cordão fluídico no momento final dos filhos de Umbanda.
XANGÔ E IANSÃ TIRIRI
TI: com grande força  
RIRI: valor e mérito.  
Aquele que protege com grande força aos que tem valor e mérito.
OXUM E OXUMARÉ VELUDO Representa a doçura, a delicadeza mas também a força, a resistência. Representa ainda a riqueza material e espiritual trazidas pela Linha à qual serve.
OGUM E IBEJI TRANCA-RUAS Representa um grande poder de defesa para aqueles que a ele se dirigem; defesa contra aqueles que nos desejam o mal, contra nós mesmos e contra aqueles pensamentos e ações que tendem a impedir nossa evolução.



















Conversando sobre Exu

Dizem que Exu é um homem sério, castigador, espírito sem compaixão alguma. Muitos falam que nem mesmo sentimento essas entidades apresentam. Muitos temem Exu, relacionando – o com o Diabo ou com algum monstro cavernoso que a mente humana é capaz de criar.
 Bem, dia desses, no campo santo de meu pai Omulu, vi algo inusitado que me fez pensar...
 Um desses Exus Caveiras, que apresentam essa forma plasmada como meio de ligação a falange pertencente, chorava sobre um túmulo. Discretamente, isso devo dizer, afinal os Caveiras em sua maioria são de natureza recatada e introspectiva, mas chorava sim.
 Engraçado pensar nessa situação, não é mesmo? Ele chorava pelos erros do passado, chorava por uma pessoa a qual amava muito, mas não mais perto dele estava. Claro, sabia que ninguém morria, mas a saudade e o remorso apertavam fundo seu coração.
 Isso acontece muito no plano espiritual, onde muitas vezes os laços são quebrados devido às diferenças vibratórias. Na verdade o laço não se quebra, apenas afrouxam-se um pouco...
 Mas, voltando a nossa história, fiquei a pensar muito sobre aquele tipo de visão. Pensei que ninguém acreditaria em mim caso eu contasse esse “causo”, afinal, Exu é homem acima do bem e do mal, exu não tem sentimento, exu não chora...
 E para aqueles então que endeusam “seu” Exu, pensando ser ele um grande guardião, espírito da mais alta elite espiritual, espírito corajoso, sem medos, violento guerreiro das trevas. Exu acaba assumindo na Umbanda um arquétipo, ou mito, tão supra–humano, que muitas vezes ele deixa de ser apenas o mais humano das linhas de Umbanda. Arquétipo esse, diga–se de passagem, muito diferente do Orixá Exu, arquétipo base para a formação do que chamamos de Linha de Esquerda dentro do ritual de Umbanda.
É, eu acho que todo Exu chora. Assim como eu e você também. Inclusive, todo mundo chora, pois todos temos dores, remorsos e tristezas. Isso é humano. Mas, voltando ao campo santo...
 Logo vi um Exu, vestindo uma longa capa preta, se aproximar do triste amigo Caveira. O que conversaram não sei, pois não ouvi, e muito menos dotado da faculdade de ler os pensamentos deles eu estava. Mas uma coisa é certa: Os dois saíram a gargalhar muito!
 “Engraçado, como é que pode? Tava chorando até agora, e de repente sai rindo de uma hora pra outra?” _ pensei contrariado.
Fiquei alguns dias refletindo sobre isso, e cheguei a uma conclusão. A principal característica de um Exu é o seu bom – humor. Afinal, mesmo em situações muito complicadas, eles sempre têm uma gargalhada boa para dar. Na pior situação, mesmo que de forma sarcástica, eles se divertem. Ele pode escrever certo por linhas tortas, errado por linhas retas, errado em linhas tortas ou sei lá mais o que, mas uma coisa é certa, vai escrever gargalhando.
 Admiro esse aspecto de Exu. Tem gente que de tanto trabalhar com Exu torna – se sério, “faz cara de mau”, vive reclamando da vida além de tornar – se um grande julgador.
 A verdade é que nunca vi Exu reclamar de nada, nem julgar a ninguém. Pelo contrário, o que vejo é que Exu nos ensina a não reclamar da vida, pois tem gente que passa por coisa muito pior e o faz com honra e... Bom – humor!
 Vejo também que Exu não julga ninguém, afinal, quem é ele, ou melhor, quem somos nós para julgarmos alguém? Exu ensina que o que nós muito condenamos, assim o fazemos porque isso incomoda. E saber por quê? Porque tudo que condenamos está em nós antes de estar nos outros.
 Por isso Exu não gosta daquele que é um falso pregador, aquele que vive dizendo como os outros devem agir, vive dizendo o que é certo, vive alertando os outros contra a vaidade, vive julgando, mas no dia – dia pouco aplica as regras que impõe para os outros. O mundo está cheio deles. E Exu sorri quando encontra um desses. Mais para frente eles serão engolidos por si mesmos. Pela própria sombra. Mas Exu não ri porque fica feliz com isso, muito pelo contrário, ele até sente por aquela pessoa. Mas já que não dá pra fazer outra coisa, o melhor é sorrir mesmo, não é?
 O certo é que a linha de Exu nos coloca frente a frente com o inimigo! Mas aqui não estamos falando de nenhum “kiumba”, mas sim de nós mesmos. O que eu já vi de médium perdendo a compostura quando “incorporado” com Exu não é brincadeira. Muitos colocam suas angústias pra fora, outros seus medos e inseguranças, muitos seus complexos de inferioridade. Tudo isso Exu permite, para que a pessoa perceba o quanto ela é complicada e enrolada naquele sentido da vida.
 Mas dizem que o pior cego é aquele que não quer ver, e o que tem de gente que não quer enxergar os próprios defeitos...
E não sobra opção a Exu, a não ser sorrir e sorrir mesmo quando nós nos damos mal.
 Mas, ainda falando dos múltiplos aspectos contraditórios de Exu, pois ele é a contradição em pessoa, devo ainda relatar mais uma experiência contraditória em relação a sua natureza.
Dia desses, depois de um “pesado trabalho de esquerda”, fiquei refletindo sobre algumas coisas. E sempre que assim eu faço, algo estranho acontece.
 Nesse trabalho, muitos kiumbas, espíritos assediadores, obsessores, eguns, ou sei lá o nome que você queiram dar, foram recolhidos e encaminhados pelas falanges de Exu que lá estavam presentes.
 Sabe como é, na Umbanda, a gente não pega um livro pesado e começa a doutrinar os espíritos “desregrados da seara bendita”. A gente entra com a energia, com a mediunidade e com os sentimentos bacanas, deixando o encaminhamento e “doutrinação” desses amigos mais revoltados nas mãos dos guias espirituais.
 Esse trabalho foi complicado. Muitos, na expressão popular, estavam “demandando o grupo”, ou seja, estavam perseguindo nosso grupo de trabalho e assistência espiritual, pois tinham objetivos e finalidades diversas e opostas. Ninguém tinha arriado um ebó na encruzilhada contra a gente, eram atuações vindas de inteligências opostas ao trabalho proposto e atraídas pelas “brechas vibratórias” de nossos próprios sentimentos e pensamentos. Mas que na Umbanda ainda acha – se que tudo que acontece de errado é culpa de algum ebó na encruzilhada, isso é verdade... 
 Bom, o que sei é que alguns dias depois, durante a noite, enquanto eu dormia, alguém me levou até um estranho lugar. Eu estava projetado, desdobrado, desprendido do corpo físico, ou qualquer outro nome que vocês queiram dar. Fenômeno esse muito estudado por diversas culturas espiritualistas do mundo. Fenômeno esse muito comum também dentro da Umbanda, mas pouco estudado, afinal, muitos pensam que Umbanda é “só incorporar” os guias e de preferência de forma inconsciente! Sei, sei...Olha Exu gargalhando novamente!
 Nesse local, um monte de espíritos eram levados até a mim e eu projetava energias de cura em relação a eles. Vi várias pessoas projetadas no ambiente, inclusive gente muito próxima, do grupo.
Alguns pouco conscientes, outros ainda nada conscientes. Mas, o importante, era a energia mais densa que vinha pelo cordão de prata e que auxiliava no tratamento daqueles irmãos sofredores. 
Por quanto tempo fiquei lá não sei, afinal, a noção de tempo e espaço é muito diferente no plano astral. O que sei é que em um certo momento um Exu, que tomava conta do ambiente, veio conversar comigo:
_Tá vendo quanto espírito a gente tem “pego” daquelas reuniões que vocês fazem? _ perguntou o amigo Exu.  
_ Nossa, quantos! Muito mais do que eu podia imaginar.
_ E isso não é nada, comparado aos milhares que chegam, diariamente, “nas muitas casas” dos guardiões da Umbanda espalhados pelo Brasil.  
_Poxa, mas isso é sinal que o pessoal anda trabalhando bem, não é mesmo?
_ Hahahaha, mas você é um idiota mesmo, né? Desde quando fazer isso é um bom trabalho? Milhares chegam, mas sabem quantos saem daqui? Poucos! A maioria também para servir as falanges de Exu. O grande problema é que os médiuns de Umbanda, pouco ou nada cuidam dos que aqui ficam precisando de ajuda.  
_ Nossa missão aqui é transformar os antigos valores desses espíritos, mesmo que seja através da dor. Mas, depois disso, muitos precisam ser curados, tratados. E dessa parte os umbandistas não querem nem saber!
_Ah, ainda eu pego o maldito que disseminou que Umbanda só serve para cortar magias negras e resolver dificuldades materiais. Vocês adoram falar sobre amor e caridade, mas quase ninguém se importa em vir até aqui cuidar desses que vocês mesmos mandaram para cá.  
_ É que muitos não sabem como fazer isso amigo! _ tentei eu defender os umbandistas.
_ Claro que não sabem! Só se preocupam em “cortar demandas”, combater feitiços e destruir “demônios das trevas”. Grandes guerreiros! Mas nada fazem sem os vossos Exus, parecendo mais grandes bebês chorões querendo brincar de guerra!  
 _ Lembre–se bem. Todos que a mão esquerda derrubar terão que subir pela mão direita. Essa é a Lei. Comecem a se conscientizar que ninguém aqui gosta de ver o sofrimento alheio. Comecem a ter uma visão mais ampla do universo espiritual e da forma como a Umbanda relaciona – se com ele.  
 _Dedique – se mais a esses que são encaminhados nos trabalhos espirituais. Ore por eles, faça uma vibração por eles, tratem – os com a luz das velas e do coração. Busquem o conhecimento e forma de auxiliá–los. 
  _Quero ver se amanhã, quando você não agüentar mais o chicote, e não tiver ninguém para te estender a mão, você vai achar tão “glamuroso” esse ciclo infernal de demandas, perseguições e magias negativas. Isso aqui é só sujeira, ódio, desgraça e tristeza. Poucos têm coragem de pousar os olhos sobre essas paragens sombrias.  
 _ É, isso é verdade. Muitos falam, mas poucos realmente conhecem a verdadeira situação do astral inferior a qual a Umbanda e toda a humanidade está ligada, não é mesmo?
 _Hahaha, até que você não é tão idiota! Olha, vou dar um jeito de você lembrar essa conversa ao acordar. Vê se escreve isso pros seus amigos umbandistas! E para de reclamar da vida. Quer melhorar? Trabalhe mais! 
 _ Tá certo seu Exu Ganga. Só mais uma coisa. Um dia desses li num livro que Ganga é uma falange relacionada ao “lixo”. Mas você apresenta–se como um negro e ao julgar por esses facões nas vossas mãos, acho que nada tem a ver com o lixo...
 _ Lixo é esse livro que você andou lendo! Ganga é uma corruptela do termo Nganga, do tronco lingüístico bantu. Quer dizer “o mestre”, aquele que domina algo. O termo foi usado por muitos, desde sacerdotes até mestres na arte da caça, da guerra, da magia, etc. Algo parecido com o Kimbanda, mas esse, mais relacionado diretamente a cura e a prática de Mbanda. A linha de Exus Ganga é formada por antigos sacerdotes e guerreiros negros. É isso! Vê se queima a porcaria do livro onde você leu essa besteira de “lixo”... 
 Pouca coisa lembro depois disso.  
 Despertei no corpo físico, era madrugada e não fui dormir mais. Agora estou acabando de escrever esse texto, onde juntei duas experiências em relação a Exu. Não sei porque fiz isso, talvez pelo caráter desmistificador da sua figura.  
Pra falar a verdade, essas duas estórias são bem diferentes. Primeiro um Exu que chora, sorri e ensina o bom – humor, o auto – conhecimento e o não julgamento. Depois um Exu que preocupa – se com o “pessoal lá de baixo”. Diferente, principalmente daquilo que estamos acostumados a ouvir dentro do meio umbandista.
 Talvez Exu esteja mudando. Talvez nós, médiuns e umbandistas, estejamos mudando. Talvez a umbanda esteja mudando. 
Ou, quem sabe, a Umbanda e Exu sempre foram assim, nós que não compreendemos direito aquilo que está muito perto de nós, mas é tão diferente ao mesmo tempo.
Dizem que o pior cego é aquele que não quer ver...
PS: O termo "Ganga" é muito utilizado dentro da hierarquia do Candomblé de Nação Angola. Ganga forma o nome dos muitos graus existentes dentro dessa hierarquia. "Nganga" era na antiga África o  feiticeiro, o sacerdote, o ritualista. Depois esse termo acabou por virar Ganga. É inclusive dessa raiz que muito provavelmente venha "Ganga - Zumba", o lendário rei dos Palmares, tio de Zumbi dos Palmares. Além disso, diz João do Rio em seu livro, "As Religiões no Rio", que "Ganga - Zumba" é como os negros Cambindas chamam uma divindade muito parecida com o Oxalá dos nagôs - yorubás. Por fim, ainda existe todo um culto afro - cubano denominado os "Santos Ganga", muito parecido com a Santeria Cubana.